quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

INSENSÍVEL

Ela vai embora porque diz que:
Eu não sinto nada

As crianças pobres morrem doentes e de fome e você diz que:
Eu não sinto nada

O carro passa veloz, vento batendo, chuva molhando e:
Eu não sinto nada?

Corte no pé, pontos na mão
Um corpo caído na estrada
Inerte no chão e você diz que:
Eu não sinto nada!

Nem a água gela
Nem o sol escaldante
Nem a testa cortada
Nada, nada, nada
E você continua dizendo que:
Eu não sinto nada!

Quem mora neste corpo sou eu
Aqui dentro tem uma alma
Eu sinto frio, sinto fome, sinto amor
Mas isto pra você parece ser nada...

Mário Feijó
07.01.11

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