sexta-feira, 30 de março de 2012
MÁGICAS DO TEMPO
Há poucas horas nos meus dias
E os dias do meu tempo somem
Desaparecem todos feito o coelho
Que eu tirava todos os dias da cartola
E agora? Bem agora
Chamam-me de louco
Mas quem não é?
Eles que se dizem donos da verdade?
Certamente que não o serão!
Cadê meu coelho? Onde está minha cartola?
Nestes tempos de hoje
Todos querem fazer mágica
Certamente que por isto
Não me sobra mais tempo
Porque tenho somente tempo para contar
Todas as mágicas que faço para sobreviver...
Mário Feijó
29.03.12
quarta-feira, 28 de março de 2012
FLORES PARA VOCÊ
As minhas dores
Nem viraram flores
Que eu pudesse
A ti entregar
Elas viraram espinhos
Viraram cruzes
Que eu carrego
Com dificuldades...
As minhas dores
Hoje são sementes
Que plantei no solo
Esperando um dia brotar
São girassóis, rosas amarelas
Amores perfeitos, crisântemos,
Antúrios que eu planto
Todos para te dar...
Mário Feijó
28.03.12
terça-feira, 27 de março de 2012
TARADO
Ganhei um pequeno gatinho
Que desde pequeno
Assim que me via
Vinha malandramente
O seu rabo encostar em mim
Eu ainda não tinha um nome
Para dar aquele gato
E com certeza não cabia outro
Além de Tarado, sim ele era tarado em mim...
Se Tarado me visse miava
Sempre querendo comer
Ou pedindo um colo
Ele era assim, manhoso e guloso...
E Tarado cresceu
Enquanto eu envelhecia
E não combinava mais
Tarado enroscado em minhas pernas.
Tentei impedi-lo, enxotando-o
Até que Tarado entendeu aquilo
Como uma rejeição e sumiu para sempre...
Mário Feijó
27.03.12
PRECISO DE ABRAÇOS
Justo na hora em que
Eu mais preciso de abraços
Não posso recebê-los
Tenho que resguardar meus costais
Para só daqui a algum tempo
Receber novos abraços apertados...
Minha neta hoje me disse
- Vô eu queria te dar um abraço apertado,
Que pena que não posso!
Guarde teus abraços Larissa
Eu vou cobrá-los todos...
Houve um tempo
Em que eu queria
Que o tempo parasse
Agora eu quero a sua celeridade
Nem me importo mais
Que eu não seja eterno...
Mário Feijó
27.03.12
segunda-feira, 26 de março de 2012
ALMA TRANSGRESSORA
Eu penso que minh’alma
É assim meio transgressora
Quando não sente culpas
Quando não acredita em pecados
Ela é capaz de qualquer coisa
Quando o assunto é amor
Não sofre culpas
Apenas respeita os outros
E quando minh’alma ama
Vive um amor sem limites
Incondicional e se entrega
Minh’alma transgressora
É feito a duna no deserto
Que todo dia muda de lugar...
Mário Feijó
26.03.12
"VAIDADE NA GAIOLA
Outro dia eu prendi
Minha vaidade na gaiola
Me despi do verbo
E me vesti de versos e de substantivos
Joguei fora os advérbios
Amarrei alguns pronomes...
Depois... depois eu visitei meus anjos
Que haviam fugido de minha gaveta
E deixei meus demônios
Todos a pão e água...
E a vaidade lá... presa na gaiola
Toda se fingindo de inocente
Gemendo, quase morta,
Ficando seu destino a lamentar...
Não me penalizei
Ela não é bicho fácil de lidar
Portanto não é bom facilitar
Olho na gaiola e chave escondida...
Mário Feijó
26.03.12
domingo, 25 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
BANHO DE LUA
À noite
Todos os dias
Luzia ia
Na cachoeira se banhar
Até que um dia
Quando a bela Luzia
Na luz da noite
O corpo despia
Entrou n’água
Que estava fria
E sua pele fez arrepiar
Houve um coiote
Que via Luzia
Todas as noites
Sob o luar
Até que um dia
Ele se transformou
Atacou Luzia
Feriu seu corpo e a matou
Agora nas noites
De lua cheia
A cachoeira sangra
Pela morte de Luzia...
Mário Feijó
24.03.12
AS ROSAS CONTINUARÃO A FLORIR
Ainda bem que os passarinhos
Não pararam de cantar
Que as estrelas
Não pararam de brilhar
Que as ondas do mar
Continuam a me falar de ti
Outro dia eu fui à praia
Queria caminhar contigo
Abracei-me ao sol
E me deixei levar rumo à maresia
Ainda bem que o tempo não parou
Eu já estou cansado de sofrer
E todos dizem que o tempo
É um santo remédio e que
Cura todas as dores...
Ainda bem que haverá outros verões
Que eu espero sejam diferentes deste!
Que as rosas continuarão a florir
Porque eu quero me enganar
De que daqui a pouco tu voltarás...
Mário Feijó
23.03.12
SEM TI NÃO ME RESTOU NADA
Foi tão pouco
O que sobrou de mim,
Além dos teus restos mortais,
Das tuas cinzas
Que o mar embaralhou
Feito as cartas
Nas tardes de domingo;
De uma cachorra neurótica
Que virou minha sombra e
Que discute com os gatos da vizinhança;
Das lembranças dos nossos
Dias sempre tão agradáveis
Que se impregnaram na minha mente
Na minha pele e nos meus dias
Que eu não sei
A direção que escolho
E ainda ouço os teus a me dizerem
“está faltando joia aqui”
“eu quero esta casa para nos confraternizarmos”...
Vão comemorar a tua morte?
É tão pouco o que restou de mim
E de toda esta gente...
Mário Feijó
23.03.12
Foi tão pouco
O que sobrou de mim,
Além dos teus restos mortais,
Das tuas cinzas
Que o mar embaralhou
Feito as cartas
Nas tardes de domingo;
De uma cachorra neurótica
Que virou minha sombra e
Que discute com os gatos da vizinhança;
Das lembranças dos nossos
Dias sempre tão agradáveis
Que se impregnaram na minha mente
Na minha pele e nos meus dias
Que eu não sei
A direção que escolho
E ainda ouço os teus a me dizerem
“está faltando joia aqui”
“eu quero esta casa para nos confraternizarmos”...
Vão comemorar a tua morte?
É tão pouco o que restou de mim
E de toda esta gente...
Mário Feijó
23.03.12
DESEJO IMORAL
Há um desejo imoral
Uma alma imortal
Que sempre nos acompanha
E que vive para aprender
A carne é fraca
O corpo erra e nem sempre acerta
O que quer fazer
Mas aprendemos com os erros
E se a alma for imoral?
E o desejo é imortal
O que irei fazer?
Continuar errando?
Porém amar não é pecado
E eu posso escolher
Quem eu quero amar
Então que se danem os outros
São as minhas escolhas...
Mário Feijó
22.03.12
ALGUNS PECADOS MEUS
Nem todos os pecados do mundo
São pecados meus...
A abelha zangada ferra
A sucuri esfomeada abocanha
E o culpado sou eu?
Não!
Eu não sou o autor
De todos os pecados do mundo
Nem pequei com Madalena
Foi ela quem me seduziu
Outro dia eu vi
Dois perdidos numa noite de luar
A fazer amor nas dunas
E também me deu
Uma vontade louca de pecar
Mas nem todos os pecados do mundo
São pecados meus...
Eu não sou tão amoral
Sou apenas um mortal
Que quebra regras
E que responde pelos pecados
Mas só pelos meus...
Mário Feijó
22.03.12
terça-feira, 20 de março de 2012
SE EU PUDESSE VOLTAR NO TEMPO...
Eu pularia alguns dias da minha vida
Eu jamais moraria na praia
Eu nunca viajaria no natal
Eu jamais teria me casado
Eu te diria muitas vezes “eu te amo”
Eu amaria intensamente as pessoas pelas quais eu me apaixonei, sem pudores
Eu ter-me-ia permitido mais
Eu me culparia menos por tudo
Eu me amaria mais do que amei
Eu não me fixaria num único lugar
Eu cantaria muito mais
Eu não me sacrificaria por meus filhos
Eu amaria menos aos ingratos
Eu cuidaria um pouco mais de mim
Eu me preocuparia menos com os outros
Eu viveria mais próximo dos campos e rios
Eu viveria rodeado de animais (eles são mais sinceros)
Eu plantaria mais árvores, plantas e flores
Eu comeria mais vegetais
Eu caminharia ao menos meia hora por dia no sol da manhã
Eu faria mais exercícios
Eu beberia mais água
Eu dormiria menos que as minhas oito horas
Eu me perdoaria mais
Eu teria menos pudor com meu corpo
Eu teria economizado um pouco (e penso que seria rico)
No entanto eu me contentei em viver bem,
não guardar dinheiro, amar sem restrições,
ser feliz e sempre sofrer por amor...
Deu no que deu...
Mário Feijó
20.03.12
segunda-feira, 19 de março de 2012
MUITO MAIS QUE LÁGRIMAS
Muito mais que lágrimas
Eu verti por ti, por nós
Que deixamos de existir
E pela minha solidão
Você era a minha multidão
Em uma só pessoa
Preenchia todos os espaços
E quase me bastava, faltava pouco...
E tu sabias tudo de mim
Sabias que eu era feliz
E que por ti abri mão
De muitas propostas de vida
Nós tínhamos um sonho adolescente
De viajar mundo afora
De dar asas à imaginação
Porém você foi à frente...
Mário Feijó
19.03.12
MILAGRES ACONTECEM
Olhos rasos d’água
Alma seca
Ressecado chão
Um pássaro cai
Abatido por uma vassoura
De uma bruxa
Em seu voo rasante
A menina órfã chora
A morte do pássaro
Enquanto no ninho
Os filhotes clamam alimento
Uma lágrima cai
Do chão brota uma flor
E no bico dos filhos
Caem gotas de néctar...
Mário Feijó
19.03.12
domingo, 18 de março de 2012
EU NÃO APRENDI A VIVER SEM TI
Eu penso que neste momento
Bastar-me-ia o silêncio da tua presença
Mas o que me restou foi a solidão
E no silêncio da tua ausência algo não cala
Como eu posso não sofrer?
Todos dizem que só o tempo
Que o tempo é o melhor remédio
Mas não há remédio para esta dor
Havia em ti uma metade de mi
Que agora se foi arrancada
Eu tenho que aprender
A me reconstruir sem ti...
E o que eu faço
Com o silêncio na minha mente
Eu não aprendi a viver sem ti
Isto ao menos tu podias ter me ensinado...
Mário Feijó
18.03.12
sábado, 17 de março de 2012
................................Quando se ama não é preciso entender
.........................................o que se passa lá fora porque tudo
..................................................passa a acontecer dentro de nós...
..................................................Clarice Lispector
Num grito a surpresa
Toda mulher é um encanto
Um encanto de rara beleza
É um ser superior...
Algumas escondem seus rostos
Deixando um ar de mistério
Outras se escondem em flores
Ou até mesmo atrás de um sorriso...
Toda latinidade ela (Irani) requebra
Atrás da sua pele morena
Quando canta “índia” em guarani
Do outro lado, no Paraguai...
Romântica su’alma voa
Feito falcão branco
Quando brincando diz amar
Para logo se esconder nas folhas de alamos...
Mário Feijó
17.03.12
.........................................o que se passa lá fora porque tudo
..................................................passa a acontecer dentro de nós...
..................................................Clarice Lispector
Num grito a surpresa
Toda mulher é um encanto
Um encanto de rara beleza
É um ser superior...
Algumas escondem seus rostos
Deixando um ar de mistério
Outras se escondem em flores
Ou até mesmo atrás de um sorriso...
Toda latinidade ela (Irani) requebra
Atrás da sua pele morena
Quando canta “índia” em guarani
Do outro lado, no Paraguai...
Romântica su’alma voa
Feito falcão branco
Quando brincando diz amar
Para logo se esconder nas folhas de alamos...
Mário Feijó
17.03.12
TERRA FÉRTIL
O meu coração
É terra fértil para o amor...
Ervas daninhas arrancarei
Para depois fazer uma só fogueira...
Há canteiros de amor-perfeito
Que tu tanto gostavas
Mas sabes também que eu adoro gerânios
E os perfumes dos jasmins – cultivarei...
Lá no canto das roseiras
Eu farei o meu lago
Pequeno, agradável, fresco
Onde deixarei os meus peixes ornamentais...
E num canto do jardim
Plantarei tuas Arrudas
Alecrins, Comigo-ninguém-pode,
Espadas de São Jorge para surrar a quem merece...
Mário Feijó
17.03.12
OS MOTIVOS DA MINHA ESCRITA
Eu não escrevo para que me entendam, eu escrevo para acordar as pessoas, para que elas reflitam e se entendam...
Algumas vezes esperneio com o que fazem comigo, mas minha essência é boa, embora muitos me julguem, alguns até pensam que eu sou do mal.
Mas desta vida nada quero além de aprender. Eu sou um ser em evolução, mas não me prendo a credos ou dogmas das igrejas que por aí estão...
Acredito em Deus e que somos seres espirituais em evolução, mas dentro de nós habita sim um anjo e um demônio e que escolhemos nossos caminhos...
Não me julgue, nem a si mesmo.
Apenas viva e se permita viver... porque quando se vê o dia acabou e quando se pensa no dia o mês acabou, e quando se pensa no mês acabou o ano e a vida se foi.
Eu não construo coisas materiais, mas tenho algumas que me acompanham: meus livros, meus CDs, minhas roupas, um carro para me levar aonde eu quero ir e um lar. Não importa se é meu ou alugado. Mas ninguém pode dizer a hora que eu devo dali sair, eu preciso de segurança, preciso de um abrigo, preciso de paz.
Há muito eu brigo pelas coisas que eu quero, mas jamais briguei por coisas materiais. Espaço é uma coisa. Ter é outra completamente diferente e eu não tenho nem levarei nada desta vida, além do meu próprio SER. Por isto procuro construí-lo, criar bases sólidas para que o ser espiritual que me habita não desmorone.
Por isto mais uma vez eu lhe digo: não me julgue, nem a si mesmo, permita-se viver...
Algumas vezes eu sou intrigante, outras instigante, mas jamais você irá dizer que eu passei pela vida de alguém sem ali ter deixado marcas. Cada um me julga pelo que é. Se você tem uma essência boa, certamente logo se identificará comigo, mas se já sofreu muito na vida e se está com um pé atrás com os outros, certamente me odiará, porque eu cutuco, faço você ir pra frente, deixar de ficar no tempo parado pensando no que já passou. E ninguém gosta que mexam com suas feridas: por isto eu digo que sou instigante. Quero reação, quero amor, quero perdão, quero amigos, doidos ou santos, mas quero-os sempre...
Mário Feijó
17.03.12
Eu não escrevo para que me entendam, eu escrevo para acordar as pessoas, para que elas reflitam e se entendam...
Algumas vezes esperneio com o que fazem comigo, mas minha essência é boa, embora muitos me julguem, alguns até pensam que eu sou do mal.
Mas desta vida nada quero além de aprender. Eu sou um ser em evolução, mas não me prendo a credos ou dogmas das igrejas que por aí estão...
Acredito em Deus e que somos seres espirituais em evolução, mas dentro de nós habita sim um anjo e um demônio e que escolhemos nossos caminhos...
Não me julgue, nem a si mesmo.
Apenas viva e se permita viver... porque quando se vê o dia acabou e quando se pensa no dia o mês acabou, e quando se pensa no mês acabou o ano e a vida se foi.
Eu não construo coisas materiais, mas tenho algumas que me acompanham: meus livros, meus CDs, minhas roupas, um carro para me levar aonde eu quero ir e um lar. Não importa se é meu ou alugado. Mas ninguém pode dizer a hora que eu devo dali sair, eu preciso de segurança, preciso de um abrigo, preciso de paz.
Há muito eu brigo pelas coisas que eu quero, mas jamais briguei por coisas materiais. Espaço é uma coisa. Ter é outra completamente diferente e eu não tenho nem levarei nada desta vida, além do meu próprio SER. Por isto procuro construí-lo, criar bases sólidas para que o ser espiritual que me habita não desmorone.
Por isto mais uma vez eu lhe digo: não me julgue, nem a si mesmo, permita-se viver...
Algumas vezes eu sou intrigante, outras instigante, mas jamais você irá dizer que eu passei pela vida de alguém sem ali ter deixado marcas. Cada um me julga pelo que é. Se você tem uma essência boa, certamente logo se identificará comigo, mas se já sofreu muito na vida e se está com um pé atrás com os outros, certamente me odiará, porque eu cutuco, faço você ir pra frente, deixar de ficar no tempo parado pensando no que já passou. E ninguém gosta que mexam com suas feridas: por isto eu digo que sou instigante. Quero reação, quero amor, quero perdão, quero amigos, doidos ou santos, mas quero-os sempre...
Mário Feijó
17.03.12
sexta-feira, 16 de março de 2012
A LUZ DA VIDA
Vejo na luz do sol a cor da vida que o dia descortina. São as plantas fazendo fotossíntese para alimentar os animais que precisam dos seus frutos, das suas sementes, das suas vitaminas e sais minerais.
Quando uma criança se alimenta no seio da sua mãe está se alimentando de tudo aquilo que a luz do sol produz.
Sem a luz do sol o planeta não existiria e nós seres humanos, seres vivos, a grande maioria deixaria de existir.
Sol é vida!
Luz é vida!
Vida é movimento!
Mário Feijó
16.03.12
Vejo na luz do sol a cor da vida que o dia descortina. São as plantas fazendo fotossíntese para alimentar os animais que precisam dos seus frutos, das suas sementes, das suas vitaminas e sais minerais.
Quando uma criança se alimenta no seio da sua mãe está se alimentando de tudo aquilo que a luz do sol produz.
Sem a luz do sol o planeta não existiria e nós seres humanos, seres vivos, a grande maioria deixaria de existir.
Sol é vida!
Luz é vida!
Vida é movimento!
Mário Feijó
16.03.12
PRISIONEIRA (conto)
Todos os dias uma menina espiava pelas frestas da janela a luz do sol lá fora.
Ela pouco sabia da vida na rua. Pouco entendia de luzes, de sol, de lua ou de estrelas. Era prisioneira no porão daquela casa desde que tinha quatro anos e agora aos dezesseis, doente e fraca espiava a vida que esvaia de seu corpo.
Será que algum dia alguém descobriria seu corpo naquele porão? Sim! Ela pensava em seu corpo já sem vida, visto que há doze anos ali estava sem que ninguém lhe descobrisse. E ele, seu carcereiro, agora tentava com remédios fazê-la sobreviver aos males advindos daquela prisão.
Tinha ossos frágeis, pele esbranquiçada, cabelo sem vida e seus olhos eram sensíveis à luz forte.
Agora com possível pneumonia, Mariana desanimava diante da vida roubada que tivera. Antes até pensava na vida fora daquele porão, mas agora ela desanimara.
Mariana tinha dores nas costas, muita tosse e até sangrava sua boca quando tossia demais.
De repente um latido. Eram policiais procurando bandidos que assaltaram um banco na região e os cães farejaram Mariana naquele porão fétido e escuro...
Mário Feijó
16.03.12
Todos os dias uma menina espiava pelas frestas da janela a luz do sol lá fora.
Ela pouco sabia da vida na rua. Pouco entendia de luzes, de sol, de lua ou de estrelas. Era prisioneira no porão daquela casa desde que tinha quatro anos e agora aos dezesseis, doente e fraca espiava a vida que esvaia de seu corpo.
Será que algum dia alguém descobriria seu corpo naquele porão? Sim! Ela pensava em seu corpo já sem vida, visto que há doze anos ali estava sem que ninguém lhe descobrisse. E ele, seu carcereiro, agora tentava com remédios fazê-la sobreviver aos males advindos daquela prisão.
Tinha ossos frágeis, pele esbranquiçada, cabelo sem vida e seus olhos eram sensíveis à luz forte.
Agora com possível pneumonia, Mariana desanimava diante da vida roubada que tivera. Antes até pensava na vida fora daquele porão, mas agora ela desanimara.
Mariana tinha dores nas costas, muita tosse e até sangrava sua boca quando tossia demais.
De repente um latido. Eram policiais procurando bandidos que assaltaram um banco na região e os cães farejaram Mariana naquele porão fétido e escuro...
Mário Feijó
16.03.12
SOMOS ANJOS OU DEMÔNIOS?
Algumas vezes estamosQuase na beira do precipícioMas é sempre tão difícilAchar alguém para dar a mão
Para empurrar sempre temUm alguém disponívelMas para empurrar bastaDeixar que o vento o faz
Aí aparecem aquelesQue “sem querer” te empurramE depois delicadamente se desculpamQuando te veem ferido...
Eu queria entenderUm pouco melhor o ser humanoQueria descobrir se somos monstrosOu se há um demônio dentro de todos nós?
Mário Feijó16.03.12
quinta-feira, 15 de março de 2012
LUZES ACESAS
Eu queria poder abrir minha janela
E ver na luz do sol
A luz da minha vida
No momento eu me sinto
Na coxia de um palco
Depois de um espetáculo terminado
Apagaram-se as luzes
E eu não sei qual
O enredo da minha vida
Para o dia de amanhã
Apesar de todas as dores
Eu tento viver sem incomodar ninguém
Mas meu destino é incerto
Espero por minhas luzes acesas...
Mário Feijó
15.03.12
FORÇAS PARA RECOMEÇAR
Eu nunca entendi
Por que é tão difícil recomeçar?
Será por que implica em mudanças?
Será por que temos que cortar laços?
Desde que nascemos é difícil viver
Porque nascer é um recomeço
Fora do útero materno
De um mundo de águas quentes
Mas por que todos os recomeços são frios?
E aqueles que nos parecem quentes
Como sair da casa de um
Para dentro da casa de outro não dá certo...
Eu quero recomeçar meus dias
Com amor, com saudades, com um sorriso
Uma rosa na janela, flores de girassóis brotando
E com a energia de muito amor no coração
Porque há muita luz dentro de mim...
Mário Feijó
15.03.12
quarta-feira, 14 de março de 2012
SINTO SAUDADES
Eu sinto saudades
Das nossas tardes frias
Quando nos sentávamos
Em frente à lareira
Para sorver um cálice de vinho
Agora no calor do verão
O meu corpo não se aquece
Eu não tenho mais teu corpo
Para partilhar comigo dor e calor
Eu sinto saudades sim
Das nossas tardes
Silenciosas e companheiras
Porque eu tinha a ti
Lá na rua a chuva tilinta no telhado
E eu não tenho mais os teus braços
Quando tu te enlaçavas a mim
E o que era nosso lar agora é minha prisão...
Mário Feijó
14.03.12
terça-feira, 13 de março de 2012
SINAIS DE AMOR
Ainda ontem à noite
Fizemos amor...
Há em teu corpo
Minhas digitais
Sinais do meu DNA
Por toda a tua pele
E o meu sêmen
Dentro de ti...
Eu queria algum dia
Morrer assim
Amado intensamente
Na noite anterior
E quando notar
Já estarei numa outra vida
Tão feliz quanto fui nesta...
Mário Feijó
25.12.11
ÁGUA DO POÇO
Eu pensei que não choraria mais na vida
Que já estivesse muito maduro para chorar
Que também já tivesse ido ao fundo do poço
Mas descobri que ainda havia água por lá...
Agora toda noite eu rezo
Para que Deus me dê um destino
Eu perdi a minha estrada
Ando, ando e ando sem descobrir meu rumo...
Eu penso que sempre estendi meus braços
No máximo ficava no meu canto quieto
Quando a minha presença podia incomodar
Agora percebo o quanto
O fato de eu viver
A muitos o sono está a tirar...
Mário Feijó
12.03.12
UMA CASA CHEIA DE COR
Tudo o que eu sempre quis
Foi que minha casa
Colorida de saudades
Tivesse a cor do amor
Nas janelas dependuradas
Eu quero o verde das samambaias
Embaixo delas roseiras
De todas as cores, das amarelas ao salmão
Bem na entrada eu plantarei
Um pé de jasmins cheirosos
Todo branco para o meu quintal perfumar
E lá, no meio do terreno, majestoso
Um pé de ipê roxo, só pra lembrar de ti
E que na primavera ele exale bastante amor
No meio da grama verde
Eu farei um lago
E colocarei minhas carpas japonesas
De um lado pro outro a nadar
E num canto farei para os passarinhos
Casinhas para seus ninhos
Com ração e água fresca
Para que possam se abrigar
É bastante simples o meu sonho
Basta começar a pintar...
Mário Feijó
13.03.12
domingo, 11 de março de 2012
As Escolhas Que Não Fazemos
Não fazemos escolhas quando
o assunto é família.
Ainda mais quando esta família
vem agregada a alguém que amamos.
Há pessoas de todos os tipos
e temos que conviver com elas.
Mas ser amigo é diferente.
Não somos obrigados
a ser amigos destas pessoas.
O pior é que muitas delas
se fazem de amigas suas.
Eu não posso ser amigo de uma pessoa
que me convida para ir na casa dela,
um dia depois do farto e lauto jantar
que fez para outras pessoas,
na noite de natal,
e que no outro dia chama
a mim e minha família para
comer na casa dela porque
sobrou muita coisa...
E há pessoas especialmente vis,
mesquinhas, que se vestem de santas,
mas que não passam de seres rastejantes.
Eu não sou melhor do que ninguém,
mas deveras sim...
Outro dia alguém deixou de existir,
e logo vem alguém querendo
ocupar o seu lugar, vasculha suas joias
“de brincadeira” alegando que ali
só tem bijuterias e que não gosta de anéis.
Não conseguirás! Deveras não...
Pensei ter pago todos os meus pecados.
Certamente que não porque sobrevivi
numa situação em que ninguém
sobreviveria e ainda recebi esta cruz,
tendo que carrega-la até quando... não sei.
Sonhava nas minhas insônias
e jamais pensei que sobreviveria a ti e a mim.
Se fosse eu quem tivesse partido
certamente a confusão seria menor.
E os abutres voam.
Eles querem mais carniça
e o dinheiro certamente compra todas,
inclusive a verdade...
Mário Feijó
11.03.12
Não fazemos escolhas quando
o assunto é família.
Ainda mais quando esta família
vem agregada a alguém que amamos.
Há pessoas de todos os tipos
e temos que conviver com elas.
Mas ser amigo é diferente.
Não somos obrigados
a ser amigos destas pessoas.
O pior é que muitas delas
se fazem de amigas suas.
Eu não posso ser amigo de uma pessoa
que me convida para ir na casa dela,
um dia depois do farto e lauto jantar
que fez para outras pessoas,
na noite de natal,
e que no outro dia chama
a mim e minha família para
comer na casa dela porque
sobrou muita coisa...
E há pessoas especialmente vis,
mesquinhas, que se vestem de santas,
mas que não passam de seres rastejantes.
Eu não sou melhor do que ninguém,
mas deveras sim...
Outro dia alguém deixou de existir,
e logo vem alguém querendo
ocupar o seu lugar, vasculha suas joias
“de brincadeira” alegando que ali
só tem bijuterias e que não gosta de anéis.
Não conseguirás! Deveras não...
Pensei ter pago todos os meus pecados.
Certamente que não porque sobrevivi
numa situação em que ninguém
sobreviveria e ainda recebi esta cruz,
tendo que carrega-la até quando... não sei.
Sonhava nas minhas insônias
e jamais pensei que sobreviveria a ti e a mim.
Se fosse eu quem tivesse partido
certamente a confusão seria menor.
E os abutres voam.
Eles querem mais carniça
e o dinheiro certamente compra todas,
inclusive a verdade...
Mário Feijó
11.03.12
Hoje é um daqueles dias
em que eu me sinto muito só.
Lutando contra todos
sem saber quem está do meu lado
ou quem é meu amigo.
A sensação é de que todos
querem sugar meu sangue
e se eu vivo e sobrevivo
é graças aos meus esforços
pela minha sobrevivência...
Quem eu amo ou quem me ama
sempre estará do meu lado.
Jamais estará pensando em lucros,
bens matereriais ou tesouros escondidos
Mário Feijó
em que eu me sinto muito só.
Lutando contra todos
sem saber quem está do meu lado
ou quem é meu amigo.
A sensação é de que todos
querem sugar meu sangue
e se eu vivo e sobrevivo
é graças aos meus esforços
pela minha sobrevivência...
Quem eu amo ou quem me ama
sempre estará do meu lado.
Jamais estará pensando em lucros,
bens matereriais ou tesouros escondidos
Mário Feijó
sábado, 10 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
VONTADE DE VIVER
Há em nossas vidas sempre...
Um grande amor
Um rosário de lágrimas
Um caminho de estrelas
Um grande sonho inatingível
Pequenos segredos inconfessáveis
Alguém a quem idolatramos
Alguém sem importância que atrapalha sempre
Pais que marcaram, mas que nunca fizeram grandes coisas ou
Pais que não marcaram, mas que são tudo em nossa vida
Alguém incompetente no caminho
Um homem/mulher impertinente
Um dia especialmente marcante
Uma pessoa indescritível
Horas de solidão e momentos de depressão
Um passeio fenomenal
Uma viagem sonhada para um lugar distante
Beijos de amor não dados
Horas de angústias
E vontade, muita vontade de continuar vivendo tudo isto...
Mário Feijó
09.03.12
Há em nossas vidas sempre...
Um grande amor
Um rosário de lágrimas
Um caminho de estrelas
Um grande sonho inatingível
Pequenos segredos inconfessáveis
Alguém a quem idolatramos
Alguém sem importância que atrapalha sempre
Pais que marcaram, mas que nunca fizeram grandes coisas ou
Pais que não marcaram, mas que são tudo em nossa vida
Alguém incompetente no caminho
Um homem/mulher impertinente
Um dia especialmente marcante
Uma pessoa indescritível
Horas de solidão e momentos de depressão
Um passeio fenomenal
Uma viagem sonhada para um lugar distante
Beijos de amor não dados
Horas de angústias
E vontade, muita vontade de continuar vivendo tudo isto...
Mário Feijó
09.03.12
A PRISIONEIRA
Ela começou a enredar-se
Em suas próprias teias de lã
Foi a educação, a religião, seu pai,
Seu marido, preconceitos, seus irmãos
Ela não se pertencia em nada
E o máximo que se permitia
Era um carteado às sextas-feiras
Redimindo-se depois nos terços
Que rezava todas as terças-feiras...
Quase tudo em sua vida
Tinha fios do passado
Que tecia nos sapatinhos de lã
Que doava aos desfavorecidos...
Ela insegura, agarrava-se às linhas e agulhas
Como se tramasse seu destino
Não cabiam neles desatinos
Nem quando platonicamente se apaixonava...
Há muito pouco tempo
Pensou se Dulcinéia
E se apaixonou por D. Quixote
Coitada! Quase foi atropelada
Pelo cavalo do “burro”...
Enquanto sua vida não muda
Ela calada sonha longe
Muito longe do marido,
Seu carcereiro...
Mário Feijó
09.03.12
quinta-feira, 8 de março de 2012
SIMPLESMENTE MULHER
Ela era um simples ser humano
E nós a chamamos de mulher
Mas era um ser especial
Nunca foi meretriz, nem pensou ser atriz
Era apenas uma mulher comum
Dessas que sabe fazer um homem feliz
E é feliz por ser a mulher que é...
E foi assim todos os dias de sua vida
Vivia dizendo que eram seus melhores dias...
Todas as dificuldades tirava de letra
Tanto que nunca deixava perceber se os tinha
E se tinha problemas esquecia-os: vivia...
Ela era simplesmente mulher
Adoravelmente feminina
Gostosamente sensual...
Sabia sorrir e foi dentre as fêmeas
A que melhor soube me amar
Eu também posso dizer
Que com ela fui feliz...
Mário Feijó
08.03.12
quarta-feira, 7 de março de 2012
A GENTE APRENDE
A vida tem me ensina
Que não vale à pena
Ficar indefinidamente sofrendo
Todos os sofrimentos são um aprendizado...
A vida tem me ensinado
A apreciar coisas simples
A me encantar com a beleza da natureza
A desvendar os segredos do ser humano
A vida está me ensinando
A não reprimir lágrimas
A não sentir culpas quando amar
A eliminar preconceitos
A vida já me ensinou
Que todos temos um prazo de validade
Que ninguém vai embora antes da hora
E que viver vai além da imaginação...
Mário Feijó
07.03.12
Um amigo fez para mim e pra Sônia. Veja que lindo...
A Dor de Um Amigo
Fernando L. Da Silva
Não havia mais hora, mais gana mais nada,
das vozes que viriam.
Dias felizes, calados agora.
Um vazio locomovendo-se no ar, no cansaço do teu rosto.
A dor, milhares de vezes infinita,
constrita ao teu lamento pessoal.
Ah! Meu bom amigo,
tivestes o sorriso calado.
Ainda cheira a vida este lugar
estas roupas, bem sei.
Há presença nesta solidão.
Não se finda a alma com um sopro de despedida.
A morte para o tempo é jargão e,
para a eternidade ainda é vida.
O pranto não repouse sobre teu destino.
Há entre vós um breve aceno do tempo.
Felizes os presentes no amar
navegando às profundezas de dentro.
Aceno de perto e com zelo.
Vão-se as palavras voam os versos.
Acalenta tua dor num breve sono,
num dia tranquilo, de chuva, no inverno.
A contento do amor que se eleva,
a brisa na trilha sobrepuja o temor.
A vida, águas a arrebentar-se na força da pedra.
Teu destino, um sorriso.
Felicidade a desprezar a dor.
terça-feira, 6 de março de 2012
HUMANA E MULHER
Tu eras apenas uma mulher
Maravilhosa... companheira,
Mas apenas uma mulher
Daquelas de carne e osso
Não te fazias de pura
Muito menos de santa
Eras apenas uma mulher
Daquelas que tem alma
Algumas vezes até descias do salto
Perdias as estribeiras (com os outros)
A mim tu amavas perdidamente
Mas tu eras humana e mulher
Lembro quando me viste pela primeira vez
Senti teu encanto e idolatria
Só não percebeste que eu não era príncipe
Era apenas um homem tão humano quanto tu...
Mário Feijó
06.03.12
EU TE DEDICO
Eu te dedico o silêncio das rosas
A mudez do sol que só brilha
O ronco do mar que diz sempre algo
E o carinho do vento em uma noite de luar...
O TEU SILÊNCIO
Algumas vezes somos
Apenas o sol que ilumina
Noutras a lua prateada
Linda, iluminando a madrugada
Na maioria delas
Somos do amor o silêncio
O beijo no ar
A palavra desdita
Agora apenas sou
O barco que procura um porto
A cachorra órfã que faz carinho em todos
Sem compreender a razão da partida
Mas o silêncio é o único
Que permanece igual
Na noite estrelada
Ou diante do barulho do mar...
Mário Feijó
05.03.12
MUNDO DE SILÊNCIO
Eu não te ouço
Porque o teu mundo
É de silêncio e paz
Não deve ser fácil
Viver sem nada ouvir
Como não me é fácil
Todos os recomeços
Imagino um mundo
Onde todos os sons foram roubados
E tu não consegues gritar
Para pedir socorro
E o menino segue calado
Entende o que eu escrevo
Mas não compreende porque ele
Teve que permanecer em silêncio...
Mário Feijó
05.03.12
Dedico este poema ao meu amigo Cleber nascido surdo-mudo, mas que entende cada curva das minhas palavras...
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