quarta-feira, 7 de março de 2012

Um amigo fez para mim e pra Sônia. Veja que lindo...

A Dor de Um Amigo

Fernando L. Da Silva

Não havia mais hora, mais gana mais nada,

das vozes que viriam.

Dias felizes, calados agora.

Um vazio locomovendo-se no ar, no cansaço do teu rosto.

A dor, milhares de vezes infinita,

constrita ao teu lamento pessoal.

Ah! Meu bom amigo,

tivestes o sorriso calado.

Ainda cheira a vida este lugar

estas roupas, bem sei.

Há presença nesta solidão.

Não se finda a alma com um sopro de despedida.

A morte para o tempo é jargão e,

para a eternidade ainda é vida.

O pranto não repouse sobre teu destino.

Há entre vós um breve aceno do tempo.

Felizes os presentes no amar

navegando às profundezas de dentro.

Aceno de perto e com zelo.

Vão-se as palavras voam os versos.

Acalenta tua dor num breve sono,

num dia tranquilo, de chuva, no inverno.

A contento do amor que se eleva,

a brisa na trilha sobrepuja o temor.

A vida, águas a arrebentar-se na força da pedra.

Teu destino, um sorriso.

Felicidade a desprezar a dor. 

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