sexta-feira, 16 de março de 2012

PRISIONEIRA (conto)

Todos os dias uma menina espiava pelas frestas da janela a luz do sol lá fora.
Ela pouco sabia da vida na rua. Pouco entendia de luzes, de sol, de lua ou de estrelas. Era prisioneira no porão daquela casa desde que tinha quatro anos e agora aos dezesseis, doente e fraca espiava a vida que esvaia de seu corpo.
Será que algum dia alguém descobriria seu corpo naquele porão? Sim! Ela pensava em seu corpo já sem vida, visto que há doze anos ali estava sem que ninguém lhe descobrisse. E ele, seu carcereiro, agora tentava com remédios fazê-la sobreviver aos males advindos daquela prisão.
Tinha ossos frágeis, pele esbranquiçada, cabelo sem vida e seus olhos eram sensíveis à luz forte.
Agora com possível pneumonia, Mariana desanimava diante da vida roubada que tivera. Antes até pensava na vida fora daquele porão, mas agora ela desanimara.
Mariana tinha dores nas costas, muita tosse e até sangrava sua boca quando tossia demais.
De repente um latido. Eram policiais procurando bandidos que assaltaram um banco na região e os cães farejaram Mariana naquele porão fétido e escuro...

Mário Feijó
16.03.12

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